A energia elétrica acumulou alta de 114% em 2021, segundo dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) e a tendência é de piora do cenário.
Para 2022, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) projeta um aumento superior a 21%. Já a tarifa de energia residencial do brasileiro deve fechar o ano de 2022 com alta média de 9,8%, segundo previsão da TR Soluções, empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia.
No primeiro semestre do ano, 20 distribuidoras passaram por reajustes tarifários homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com uma média de 13,57%.
Entretanto, há ainda outras 33 concessionárias que vão passar pelo processo de revisão tarifária e devem observar uma alta média de 5,6%, menos da metade do reajuste médio do semestre.
A redução dos percentuais se deve principalmente ao fato de que a maior parte dos custos da crise hídrica do ano passado já foram repassados às tarifas das concessionárias, cujos processos tarifários se dão na segunda metade do ano.
PCHS e CGHS podem diminuir custo
Conhecidas como PCHs e CGHs, as Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas, respectivamente, estão se apresentando como alternativas sustentáveis e mais acessíveis à produção de energia elétrica.
Um dos motivos para o ânimo do mercado é que as usinas hidrelétricas, por terem sua tarifa indexada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), oferecem uma alternativa muito mais econômica do que as termolétricas, por exemplo, que têm seus valores diretamente vinculados ao preço do barril de petróleo no exterior.
Um elemento que vai ajudar a desacelerar as variações das tarifas de energia é a perspectiva de aporte de R$5 bilhões relativos às outorgas de hidrelétricas da Eletrobrás ao orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) neste ano. O montante, já vem sendo considerado pela Aneel nos processos tarifários realizados desde o mês de junho.
Energia cara, comida cara
A energia cara também impacta o agronegócio brasileiro, que depende da água e da energia elétrica. A necessidade de captação de água para as lavouras, em 2019, correspondeu a 49,8% de toda a demanda nacional.
Em comparação, o uso humano (rural e urbano) foi equivalente a 25,9%. A tendência, por sua vez, é que esse uso seja cada vez maior, já que especialistas apontam espaço para que a área irrigável no país cresça até 700%.
“Segurança hídrica é igual a mais segurança alimentar. Os agricultores recebem um mix de energias com alto conteúdo de térmicas fósseis e caras, o que, em suma, encarece o custo da produção, que é repassado ao consumidor final”, afirma a presidente da Abrapch, Alessandra Torres de Carvalho.
Investimento de hidrelétricas de pequeno porte
Para a presidente da Abrapch, uma saída para esse cenário está, novamente, no investimento de hidrelétricas de pequeno porte, que podem ajudar a baratear o custo geral da energia, diminuir a necessidade de contratação de térmicas mais caras e a reduzir a tarifa para o consumidor. “Ao fazer reservatório, as hidrelétricas ajudam o agricultor a economizar. Ao invés de cada agricultor fazer um açude, gastar dinheiro, cuidar a manutenção cuidar da segurança do açude, colocar bomba d’água e tudo mais, a hidrelétrica faz o reservatório, aumenta a vazão do rio na seca, então aumenta naquele período crítico que é quando o agricultor mais precisa e barateia custos”, explica a presidente da Abrapch.










