Alto custo na produção levou produtores a buscar rotatividade de culturas para alcançar resultado econômico
A área plantada de arroz no Rio Grande do Sul para a safra 2022/2023 deverá ser 10% menor.
A estimativa é da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).
Com um aumento de custos de produção nos últimos dois anos, em torno de 60%, os produtores buscaram a rotação de culturas como alternativa para alcançar resultados econômicos.
O rodízio tem sido feito com soja, milho e até mesmo pecuária.
O plantio está praticamente concluído no estado.
Ou 97% da área plantada, conforme os números do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) apresentados pela Federarroz neste dia 14.
O presidente da entidade, Alexandre Velho, estima que a área pode chegar a 850 mil hectares.

Segundo ele, a redução foi estimulada pelo alto custo de produção, que nos últimos dois anos chegou a 60%.
O arrozeiro tem este desafio de enfrentar alto custo de produção e a maneira que temos hoje é a rotação de culturas. Ela aumenta a fertilidade do solo, a produtividade e a consequente rentabilidade.
Alexandre Velho, presidente da Federarroz
Ele lembra que a Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em fevereiro, teve o tema “arrozeiros como produtores multissafras” exatamente por este viés.
“Enxergamos hoje que somos produtores de grãos e não só de arroz”, disse o dirigente.
Velho detalhou sobre o aumento de custos, devido aos reflexos da guerra na Ucrânia, como a especulação da indústria de fertilizantes.
“Os produtores compraram a preço muito alto e quando ele caiu, já era tarde, pois 80% deles já tinham comprado o adubo em preços elevados”, explicou.
O dirigente também ressaltou que o arrozeiro não regula o preço de venda que é determinado pelo mercado.
Por diversos fatores, como mercado internacional, taxa de câmbio e paridade quanto ao Mercosul.
Soja com custo menor
“Ele acaba indo para outros grãos, no caso a soja e o milho que estão com preços bons. No caso da soja, ela tem custo de metade do arroz e preço de mercado futuro que traz uma segurança ao produtor”, explica.
Velho disse ainda que é preciso avançar na pauta estrutural para baixar custos de produção.
Sobre o risco de desabastecimento com a redução de área plantada, o presidente da Federarroz garante que há uma certa tranquilidade.
“Parte da área que diminuiu compensa pelo aumento da produtividade. Não vejo risco de desabastecimento, mas ajuste na oferta e demanda por conta do preço mais elevado. Contudo a qualidade do produto importado é inferior ao nacional”, destacou
“Com isso, houve aumento de competitividade junto ao mercado do México, alavancando a exportação do arroz brasileiro”.
Fonte: Federarroz