As estimativas de uma supersafra de soja no Brasil em 2023 levam a Datagro Grãos a confirmar os números previstos inicialmente de novos recordes para volume e receita de exportações.
A análise aponta para uma tendência de forte elevação no volume geral a ser embarcado neste ano: 118,10 milhões de toneladas.
O montante é 16,1% superior ao exportado em 2022, de 101,68 milhões do complexo soja.
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E, assim, superaria o recorde de 2021, de 105,03 milhões.
Esse total compreende 94 milhões de toneladas em grão (+19,4%); 21,50 milhões de farelo de soja (+5,6%); e 2,60 milhões de óleo (+0,1%).
Safra recorde
Um fator preponderante para a sinalização desses números é a confirmação de uma safra cheia colhida em 2023.
Está estimada pela Datagro Grãos em 153,70 milhões de toneladas, com possibilidade de revisão para cima na próxima projeção da consultoria.
Apesar do recuo parcial nos preços médios, esse avanço nos volumes a serem embarcados deve levar o país a expressivo ganho na receita total obtida nas exportações do complexo soja em 2023. Depois das vendas recordes de US$ 60,748 bilhões em 2022, a projeção atualizada aponta para avanço de 9,4% neste novo ano, para U$S 66,469 bilhões.
Flávio França Junior, economista e líder de pesquisa da Datagro Grãos
Essa receita seria formada por U$S 51,700 bilhões decorrentes de vendas de soja em grão (+11,2%); U$S 11,610 bilhões da comercialização de farelo (+12,4%); e U$S 3,159 bilhões de óleo, o único com estimativa de recuo no valor a ser obtido (-19,7%).
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“Desempenho que só não será melhor por conta da alteração para baixo no padrão dos preços médios de soja e óleo […] As perdas na soja estão ligadas à obtenção de safra recorde no Brasil e às sinalizações iniciais de safra nova cheia nos EUA”, destaca França Júnior.
O quadro de preços mais firmes no farelo está ligado ao aperto na disponibilidade global em função das perdas de produção na Argentina, que é o maior exportador mundial. Já no óleo, apesar de também estimulado pela situação na Argentina, vai recebendo pressão do recuo nos preços do petróleo e óleo de palma, sendo este último, notadamente pelo corredor de exportação para o óleo de girassol da Ucrânia.
Flávio França Junior, economista e líder de pesquisa da Datagro Grãos
Participação de 20,1%
A obtenção de maior receita pelas vendas externas do complexo soja deve contribuir para amenizar a expectativa de retração nas exportações totais do Brasil.
Estima-se participação de 20,1%, considerando a projeção de receita total de U$S 330 bilhões.
Em 2022, os valores conquistados pela oleaginosa e derivados foram responsáveis por 18,2% do total embarcado pelo país, considerando uma receita total fechada de US$ 334,136 bilhões.
Fonte: Datagro Grãos










