A derrota da extrema-esquerda na eleição presidencial argentina pode representar um forte aumento na competitividade global do agronegócio dos “hermanos”, que terão como presidente o libertário Javier Milei. E três grandes razões para isso se encontram em suas promessas de campanha: o fim das taxas de exportação de produtos agropecuários (as chamadas retenciones); a extinção das tarifas de importação de insumos agrícolas, como maquinário e fertilizantes; e a dolarização da economia.
Taxas e tarifas
Acabar com as tarifas de importação e pôr um fim às retenciones produzirá efeitos imediatos muito claros: a redução nos custos de produção e a possibilidade ao produtor de flexibilizar os seus preços no mercado externo sem que isso acarrete em prejuízos ou margens de lucro muito estreitas a ele, aumentando a sua competitividade. Para se ter uma noção do impacto disso no agronegócio argentino, as retenciones oneram o produtor em 33% sobre a soja, 12% sobre o milho e 9% sobre a carne bovina. Ou seja: o Estado, sob o controle da extrema-esquerda, tem sido um grande (se não o maior) inimigo do agronegócio de lá.
Dolarização
Já a oficialização do dólar como a principal moeda da Argentina acabará com a necessidade de que os produtores retenham seus estoques de produtos agrícolas para proteção cambial. Ao menos é o que afirma um relatório publicado pela COGO Inteligência em Agronegócio nessa segunda-feira (20). Contudo o relatório também aponta que um possível aumento das exportações argentinas somente se dariam a partir da próxima safra, entre março e abril de 2024, mas, ainda assim, afirma que a atual demanda mundial por soja minimizaria os efeitos do acirramento da competição entre Brasil e Argentina.
Sai do papel?
Mas a pergunta de 356 milhões de pesos (aprox. 1 milhão de dólares) é: Milei conseguirá cumprir as suas promessas de campanha? Ele não tem a maioria no Congresso e, a exemplo do Brasil entre 2019 e 2022, tentar melhorar a economia de um país moralmente falido, sobre o qual o Foro de São Paulo já espalhou os seus tentáculos, tende a ser uma tarefa muito mais árdua do que simplesmente eleger um presidente, como já ensinava o finado filósofo Olavo de Carvalho.
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