Os decretos do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que visam taxar a produção agrícola no estado podem vir a gerar uma reação semelhante ao que tem acontecido em diversos países-membros da União Europeia, nos quais os produtores rurais estão bloqueando estradas e fronteiras, além de obstruírem o trânsito em várias cidades de lá com seus tratores. Ao menos é a perspectiva que tem o presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Rodrigo Sousa Costa.
Em vídeo publicado nesta semana no perfil no Instagram da Rádio Independente, sediada no município de Lajeado/RS, Costa afirma que os produtores gaúchos estão atentos aos acontecimentos na Europa, mas que ainda não se deram conta de que eles próprios “estão sendo agredidos com um aumento abusivo de impostos”. De acordo com o presidente da Federasul, quando eles se derem conta do que os decretos causarão, poderá haver uma “convulsão social”, com inúmeros produtores se dirigindo às cidades com seus tratores para protestar em frente ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). Segundo Costa, esse risco teria sido comunicado por ele ao governador em dezembro do ano passado (2023), quando Leite afirmou que ou os parlamentares aprovavam o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) proposto pelo executivo estadual, ou ele baixaria decretos para elevar a tributação por conta própria.
Os decretos entram em vigor a partir do dia 1º de abril. Para Costa, a partir dessa data muitos produtores rurais entrarão em desespero, o que acabará por gerar enormes mobilizações em todo o RS, além de “tirar a comida da mesa das pessoas”.