O valor do café foi para 170,02 centavos de dólar por libra-peso, na comparação com agosto (160,14 centavos). O indicador de preços composto da Organização Internacional do Café (OIC) subiu 6,2% em setembro.
Esse é o maior patamar alcançado desde fevereiro de 2012. O movimento marca a décima-primeira alta consecutiva. Em 2012, a média registrada fora de 182,29 centavos. Comparado ao valor de outubro de 2020, primeiro mês da temporada 2020/21, de 99,05 centavos, a média de setembro de 2021 representa uma elevação de 60,06%.
Retomada
Em seu relatório mensal de acompanhamento do mercado, a OIC destacou a retomada dos preços do café no ciclo 2020/21. “Dados mostram recuperação ante os fracos níveis registrados nas três últimas temporadas.”
Segundo a entidade, o mercado de café continuou impulsionado por preocupações com a forte estiagem no Brasil. “Além das disrupções relacionadas a medidas de contenção da pandemia de Covid-19, que distorceram o fluxo do comércio de café na Ásia.”
Ameaça

A incerteza criada por choques de oferta relacionados ao clima e possíveis interrupções nos fluxos comerciais de medidas mais rígidas relacionadas à pandemia tornou-se uma séria ameaça à regularidade do fornecimento de café verde. Além disso, o aumento dos custos de produção deve abocanhar boa parte do ganho obtido com o recente rally e desacelerar os investimentos nos tratos culturais.
Por outro lado, com a perspectiva de um alívio nas restrições à mobilidade e as subsequentes perspectivas de recuperação econômica, o consumo mundial de café deverá continuar crescendo. Nos últimos dez anos, o aumento médio do consumo mundial foi de 1,9% ao ano. “Espera-se que a inelasticidade do consumo mundial aperte a relação oferta-demanda e aumente a possibilidade de continuidade das atuais tendências de alta dos preços do café”, salientou a OIC.
Fonte: Agência SAFRAS
Foto: Wenderson Araujo/CNA