A safra gaúcha de milho sequeiro alcançou uma perda de 59,2% até o momento. Enquanto isso, no milho irrigado, é de 13,5%.
Já, na soja, a perspectiva atual é de 24%. Ainda que a semeadura esteja em andamento – chegou a 93%. Os dados são da Rede Técnica Cooperativa (RTC). Foram divulgados pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS).
Chuva
Segundo o presidente da federação, Paulo Pires, a chuva desta semana amenizou a situação das lavouras. No entanto, os prejuízos são irreversíveis para os produtores.
“Este era o momento em que o produtor deveria se capitalizar, inclusive com preços que estão ajudando. Mas os custos de produção serão muito altos e iniciamos de forma melancólica o 2022.”
Paulo Pires
Segundo ele, já existe mobilização das entidades. “Para que tenhamos ações dos governos federal e estadual no sentido de socorrer este produtor, que vinha garantindo essa economia e, agora, o terá que criar mecanismos para vencer este momento de dificuldade”, salienta.
Assistência
Pires reforça que as cooperativas agropecuárias estão atentas no sentido do que se puder fazer para assistência aos produtores. Mas as altas temperaturas e a falta de chuva já acarretam essas perdas irrecuperáveis.
O dirigente ressalta que é importante que os municípios façam os decretos de emergência neste momento. “Em 2020 produtores de 200 municípios não conseguiram acessar o socorro do governo federal porque não tinham o decreto de emergência. É importante que os prefeitos agora se dediquem a isto”, observa.
Armazenagem
Entre as medidas solicitadas, conforme o presidente da FecoAgro/RS, estão a transferência de dívidas financeiras dos produtores. Principalmente as que vencem no primeiro semestre. Também ressalta a importância de uma política clara de armazenagem de água.
“Nós temos um volume de chuva no Rio Grande do Sul durante o ano muito alto. Se conseguirmos as licenças que hoje não permitem que a gente faça esta armazenagem em APPs, teremos uma grande área irrigada e hoje está sendo trancada por questões de cunho jurídico e tecnicamente sabemos que não traz problemas para o meio ambiente. Onde temos água armazenada há floração fantástica tanto da vida animal quanto vegetal”, complementa.