A produção de milho e volumosos em geral está comprometida, o que causa custos mais elevados ao produtor de leite. Tudo isso é resultado da estiagem no Sul do Brasil, que trouxe problemas para a realização da silagem à alimentação das vacas. Portanto, o planejamento na propriedade é fundamental para mitigar os efeitos do clima.
Alternativas
Os principais desafios estão em buscar alternativas para manter as exigências nutricionais dos animais. Ao mesmo tempo, é preciso evitar ao máximo possível a queda da produção leiteira.
A orientação é da técnica da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Íris Beatriz dos Santos. Segundo ela, muita gente alcança esse objetivo mantendo estoques de alimentos volumosos para o decorrer do ano.
Tendo em mente este contexto, é essencial garantir a produção de alimentos em maior quantidade do que é consumido em períodos fora da seca. Pois isso vai permitir a estocagem, que evitará o prejuízo do volume fornecido e também a compra de alimentos externos às propriedades.
Como alternativas para nutrir os animais no tempo permanentemente seco, além do uso da própria silagem que estiver estocada, pode-se utilizar a cana-de-açúcar e a ureia, que são fontes de energia e proteína. A especialista recomenda também o capim elefante, com fácil cultivo e bom valor nutritivo.
De acordo com Íris, pode-se fazer o diferimento de pastagens. Corrigindo, assim, a defasagem de produção durante o ano e criando uma reserva.
Podemos usar também leguminosas forrageiras porque elas contêm muita proteína e são de fácil digestão. Além de contribuir para a fertilidade do solo.
Íris afirma que a produção de silagem obtida no ano terá grande importância para a alimentação de rebanhos para períodos de seca. Ainda mais quando se considerar que a mesma representa em média 70% do que é consumido pelas vacas leiteiras.
Prioridades
O produtor deve manter entre suas prioridades a produção de alimentos com a procura constante da redução dos custos. Além disso, deve tornar o seu sistema o mais eficiente possível. “Além de reduzir os impactos negativos nos aspectos produtivos do rebanho para garantir uma reposição anual de 20% dos animais e manter a estabilidade da produção leiteira”, frisa.
A técnica ressalta que o produtor deve manter um planejamento para ter o alimento pronto e em quantidades corretas e suficientes nos períodos de escassez de água. Já o presidente da entidade, Marcos Tang, chama a atenção a dificuldade e o alto custo que o produtor de leite enfrenta para colocar o produto nas gôndolas dos supermercados.
Ele está fazendo isso com grande sacrifício e sem obter lucro na sua atividade. Temos que pensar em soluções.
Marcos Tang
Estiagem
No RS, mesmo com os planejamentos e reservas, alguns produtores têm dificuldades devido às repetidas estiagens que afetam o estado. Tang reforça que é importante manter a silagem na dieta. Mas, ressalta, também ter elementos alternativos como bagaços de laranja, uva, cevada, entre outros.
“Quando as chuvas retornarem pelo outono e inverno, temos forrageiras como aveia e azevém que crescem rápido. E, no caso do azevém, às vezes, dura até o fim do ano.”
Ele orienta ao produtor fazer uso máximo dessas pastagens. “Assim que a vaca sair, fazer a adubação e reforço da pastagem, para que ela possa pastar novamente em alguns dias neste mesmo lugar”, explica.
Corte
Tang lembra aos que realizam cortes de pré-secado, assim que o fizer, precisa trabalhar bem esta área. Assim, faz a otimização deste uso no sentido que, em 30 dias, possa fazer um novo corte. “O que tem nos ajudado muito são as bolas de pré-secado. Pois elas não precisam do sol, como o feno. Cada propriedade tem sua alternativa e deve correr atrás”, complementa.










