O foco da soja na Bolsa de Chicago está nas condições climáticas dos Estados Unidos.
As lavouras em Iowa e Illinois, os maiores produtores, estão em excelentes condições, com 75% delas em ótimo estado, devido à umidade acumulada no solo.
O NOAA prevê temperaturas mais baixas e chuvas esta semana no cinturão agrícola, o que deve aumentar a pressão negativa sobre as cotações em Chicago.
Assim, conforme pontuado nas análises desde o início da safra, as lavouras americanas seguem surpreendendo pelas condições satisfatórias de desenvolvimento.
E os fundos especulativos estão vendidos em 17.605 contratos, conforme o último relatório da CFTC (Commodity Futures Trading Commission).
O mercado estima que ainda há algo entre 35% a 40% da safra de soja a ser fixada, um volume alto para o momento do ano e que impactará os prêmios.
O que motivou uma comercialização mais lenta e tardia foram os atrasos na safra e os baixos preços.
Mesmo que quase nos patamares de 2020, esse volume represado fará com que a janela de exportação da oleaginosa se estenda, talvez, até o final do mês de Agosto.
Importante ressaltar que em agosto se estará próximo do início da colheita nos EUA, deixando a origem norte-americana mais competitiva.
Relatório USDA
Divulgado no dia 12, o relatório apontou para área plantada, estoques finais e produção inferior nos EUA.
No Brasil, nada mudou, exceto os estoques, reduzidos em pouco menos de 1 milhão de toneladas.
Em Chicago, na semana passada o contrato de soja para agosto de 2024 despencou a US$ 11,03 o bushel (-5,57%).
No mercado físico brasileiro houve movimentos negativos seguindo Chicago.
Cenário reforçado pelo dólar, que deu um respiro e recuou 0,55%, para R$ 5,43.
O contrato com vencimento em março de 2025 também fechou pessimista e recuou 5,04%, a US$ 10,92 o bushel.
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Oportunidade ao biodiesel
No Brasil a Petrobras recebeu autorização da ANP para comercializar combustível marítimo com até 24% de biodiesel, o que deve aumentar significativamente a demanda interna por óleo de soja, dado que navios consomem cerca de 4% dos combustíveis fósseis globais.
Isso tende a fortalecer os prêmios da soja no médio prazo, beneficiando os produtores brasileiros.
Especialmente em um momento em que grandes volumes de exportação já têm ajudado a sustentar os preços no mercado interno, mesmo com recentes e extremamente consideráveis quedas nas cotações em Chicago.
Exportações
De acordo com o Secex, o ritmo de exportação no Brasil segue aquecido. O país sustenta um ritmo de exportação diário 22% superior ao ano passado.
Assim, em síntese, de acordo com a plataforma Grão Direto, diante dos fatores apresentados, poderá haver movimentos positivos de correção das cotações ainda este mês, mas possivelmente ainda não nesta semana, que deve seguir na tendência de baixa.
Fonte: Grão Direto










