Coluna Pecuária Adaptada, escrita pelo Diretor da Cort Genética Brasil, Antônio Carlos O. Cabistani.
“Em 2022, a expectativa de inúmeros pecuaristas em diversas regiões do Brasil não era mais de atingir condição para o abate aos 20 meses; isso não é mais utopia, agora é realidade e, hoje, centenas de propriedades descobriram a IATF como a fórmula perfeita de organizar o manejo da propriedade e, finalmente, faturar mais em menos tempo, sem a necessidade de desmatar. ”
No início deste 2023, recebi um enorme desafio por parte do Eduardo Hoffmann para escrever uma coluna na AG em todas as edições. Fiquei sem saber o que dizer no momento, porém, no decorrer da nossa conversa, fui relaxando e, como gosto de me desafiar, resolvi aceitar.
Este texto de estreia de nosso espaço foi retirado do Editorial da AG de setembro de 2022. Pois bem, esse tema, a “Evolução da IATF no Brasil”, será abordado por mim, em alguns episódios, por se tratar de um assunto bastante extenso e conectado com várias outras técnicas e processos.
Sem a necessidade de “destetar”, podemos inseminar as matrizes ainda com o terneiro (bezerro) ao pé e fazê-las repetir cria através da IATF. Não que isso seja um milagre; isso é “ciência”.
A genética, a alimentação, o manejo, a sanidade, a formação humana e a adaptabilidade de tudo e de todos, como diria Darwin, é o que faz a diferença entre a “Sobrevivência” e a “Falência”.
Iremos, a partir desse espaço, criar um ambiente de possibilidades e alternativas para mudar e/ou desenvolver novas definições para uma pecuária moderna e produtiva para todos.
Resolvemos adotar o nome de “Pecuária Adaptada e Funcional” por este motivo. Acreditamos que “estar aberto para o novo” é nos colocarmos em uma situação de possibilidade de mudança, de “adaptação” e, através dessas mudanças, seremos produtivos, eficientes e “funcionais”.
Os povos que esquecem suas tradições perdem a consciência do destino. Esta frase filosófica me acompanha há muitos anos. Ela me faz entender que precisamos conhecer e entender a história (escrita e científica) para caminharmos para frente; caso contrário, poderemos ficar andando em círculos, ou pior, retroagirmos em nossa caminhada.
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Falando em (IATF), primeiro, devemos conhecer e entender o que essa sigla quer dizer. Ela significa Inseminação Artificial em Tempo Fixo. Agora, devemos saber que a Inseminação Artificial (IA) com sêmen congelado em bovinos teve seus primeiros trabalhos publicados em 1952; desde essa data, inúmeros trabalhos e pesquisas vêm sendo desenvolvidos na busca por melhorar os resultados e expandir a aplicabilidade dessa ciência. Porém, antes disso, em 1942, os pesquisadores Polge, Smith e Parker demonstraram ser possível conservar o sêmen por longo tempo em baixas temperaturas.
Lembro que, quando assumi a disciplina na PUCRS, em 1991, ela recebia o nome de “Técnicas de Inseminação Artificial”; desde então, sugerimos ao departamento de produção animal da faculdade de Medicina Veterinária da PUCRS que fosse alterado o nome, pois outras tecnologias já estavam sendo colocadas em uso e muita coisa nova viria a ser incorporada na ciência da produção. Surgiu, assim, o nome da nova disciplina de “Biotecnologia da Reprodução”. Agora, em uma única disciplina, poderíamos fazer com que as várias técnicas pudessem se integrar e potencializar a produção e a genética.
Estou fazendo essa retrospectiva para que o leitor tenha a certeza de que, para estarmos no estágio em que nos encontramos atualmente, foi preciso muito estudo e trabalho. Enganam-se as pessoas que pensam que a IATF iniciou com os bovinos. Não, ela foi implementada e largamente utilizada, primeiramente, em Ovinos. Nós iniciamos a utilização dela em 1987 no Brasil.
Espero ter criado um impacto e uma curiosidade positiva logo de início em você, leitor! Espero ter deixado uma vontade de quero mais!










