O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, desenvolve pesquisas com terapia com células-tronco em búfalas. O trabalho tem o objetivo de aumentar a qualidade e quantidade de embriões produzidos in vitro. Os resultados poderão contribuir para a multiplicação de indivíduos com mérito genético e produtivo com impacto na eficiência da indústria láctea e cárnea de bubalinos.
Melhoramento genético
A Produção “in vitro” de Embriões (PIVE) representa um método promissor para o melhoramento genético de rebanhos bubalinos. É o que afirma Nelcio Antonio Tonizza de Carvalho, pesquisador do IZ, que realiza estudos com células-tronco para aumentar a qualidade e quantidade de óvulos obtidos por aspiração folicular.
“A terapia com Células-Tronco Mesenquimais (MSC) em ovários de búfalas pode proporcionar aumento na quantidade de folículos e melhora na qualidade dos oócitos, com impacto positivo na PIVE”, destaca.
Entraves
No entanto, alguns entraves ainda impedem o desenvolvimento sustentável dessa tecnologia. Dentre eles a existência de animais que apresentam reduzida população folicular, recuperação oocitária e produção embrionária. “Diante de estudos já realizados, torna-se necessária a incorporação de novas tecnologias para aumentar a eficiência da PIVE em bubalinos”, afirma Tonizza.
A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Conta com parceria do Departamento de Reprodução Animal da FMVZ/USP, do Departamento de Urologia da Faculdade Paulista de Medicina (UNIFESP), da Faculdade de Medicina da USP, da UNESP-Araçatuba e da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB). A unidade do IZ em Registro (SP) é uma das poucas áreas de pesquisas do Brasil a realizar trabalhos exclusivamente com búfalos, há 35 anos.
Rebanho mundial e nacional
Segundo informações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), nos últimos dez anos, a taxa de crescimento do rebanho bubalino mundial foi de 5,3%, e a produção de leite aumentou 50,1%. Em 2019, foram registrados mais de 204 milhões de cabeças de búfalos no mundo.
No Brasil, verificou-se 27% de crescimento do rebanho bubalino na última década, de acordo com o IBGE. A estimativa é de que existam 1,5 milhão de animais no país.










