O clima na América do Sul vai continuar sendo um fator muito importante diante da evolução do plantio do milho nas lavouras brasileiras neste restante de semana.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que a semana será marcada pela permanência das chuvas em praticamente todo Brasil. Porém, em menor volume nas regiões Centro-Sul.
Problemas na Argentina
Por outro lado, também destaca chuvas mal distribuídas na Argentina. E isso aumenta o interesse do milho brasileiro.
O alerta do atraso no plantio argentino ainda persiste, trazendo uma preocupação acentuada ao mercado. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou, dia 3 de novembro, que o plantio havia atingido 22,9% da projeção total. Um avanço de apenas 1,1% em relação à semana anterior.
Além disso, as condições de lavouras boas ou excelentes caíram para 6%, contra 82% do mesmo período da safra passada.
Indústrias voltam
No cenário brasileiro, há indícios da volta das indústrias nacionais ao mercado com a aproximação da chegada das festas de final de ano.
O fato se dá diante do término de seus estoques constituídos de compras em agosto, no momento da colheita. Isso é um fator significativo na valorização do cereal.
Além disso, o Brasil segue sendo o principal fornecedor de milho para o bloco europeu. O país se aproveita das incertezas na Ucrânia.
Mais exportações, melhores preços
Ruan Sene, analista da Grão Direto, a maior plataforma de grãos da América Latina, acredita que esse cenário direciona o interesse internacional pelo milho brasileiro.

E, desta forma, pode aumentar significativamente as exportações e, consequentemente, valorizar os preços.
Diante disso, as cotações brasileiras poderão ter uma semana de valorização em relação à semana anterior.
O início da semana passada foi marcado por muita oscilação no mercado de milho. Foi influenciado, principalmente, após a Rússia informar que não renovaria o acordo de exportação com a Ucrânia.
Por outro lado, a informação foi revista ao longo da semana, fazendo com o mercado devolvesse toda alta gerada pela notícia.
E Chicago finalizou a semana perto da estabilidade com alta de 0,15%, encerrando a semana valendo US$ 6,80 por bushel. Já o dólar teve uma semana de forte desvalorização, fechando a sexta-feira sendo cotado a R$ 5,06 (-4,53%).
Negociações com os chineses
De acordo com a Grão Direto, as negociações entre Brasil e China para exportações do cereal brasileiro foram outro fato relevante durante a semana passada.
Apesar de compras expressivas só acontecerem em 2023, o mercado viu a evolução do acordo como positiva, diante da alta demanda chinesa.
Exportações 320% superiores
Em relação às vendas para exportações no Brasil, o mês de outubro foi bastante expressivo.
De acordo com a Secex, houve um aumento aproximado de 320% em relação ao mês de outubro de 2021. Foram quase 7,2 milhões de toneladas (o segundo mês mais expressivo do ano até o momento).
Já a importação teve um decréscimo aproximado de 20% em relação a outubro do ano passado.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br