
A reportagem de capa da edição de fevereiro da revista A Granja aborda a importância das boas práticas de manejo na busca pela rentabilidade no campo. Do preparo do solo até a colheita e quando bem acompanhadas de inovações tecnológicas que auxiliam a tomada de decisão, essas condutas fazem a diferença no desempenho da lavoura, sobretudo em tempos de custos nas alturas.
Fatores como a menor oferta de insumos e a alta taxa cambial provocaram, nos últimos meses, aumentos de mais de 100% em produtos como fertilizantes e defensivos. Segundo levantamento da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), 2021 ficou marcado pela safra mais cara da história, com um acumulado de 51,39% no Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP).
Em Mato Grosso do Sul, conforme estudo da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS), a despesa para a formação de um hectare na safra 20/21 foi calculada em R$ 4.826. Enquanto no ciclo 21/22, subiu para R$ 5.419.

Os produtores precisam manter um olhar estratégico e racional sobre os custos, programando compras antecipadas, adotando critérios técnicos no manejo e direcionando recursos para o que é prioritário. Mesmo beneficiados pelo também incremento nos preços das commodities e pela relação de troca favorável na época da aquisição dos insumos. “É preciso pensar com cautela, por exemplo, na aquisição de um trator novo, que hoje é 200% mais caro do que era há um ano”, salienta o engenheiro agrônomo André Figueiredo Dobashi, produtor em Antônio João/MS e presidente da Aprosoja/MS.
Nem tudo que é novo é melhor. E nem tudo que é velho trabalha mal. Por isso é tão importante manter as operações em um ambiente em que seja possível medir os resultados.
André Figueiredo Dobashi
Práticas
A diminuição de custos e perdas passa pela mitigação de riscos com a adoção de práticas benéficas ao ambiente. “O processo de intervenção na qualidade do solo é essencial, pensando em um meio mais favorável para que as raízes das plantas tenham capacidade de buscar água em camadas mais profundas”, sustenta o produtor. Ele defende práticas como a rotação de culturas, integração lavoura-pecuária, plantio direto, cultivo de plantas de cobertura e diversificação.

Pontos
A reportagem também ouviu especialistas que abordaram pontos de atenção nas diferentes etapas do processo produtivo:
- adubação,
- plantio,
- irrigação,
- pulverização,
- colheita.
Irrigação
Tecnologia que comprovadamente ajuda a ampliar entre duas e três vezes a produtividade das lavouras, a irrigação tem sua eficiência relacionada a perdas devido ao clima, ao sistema empregado e à falta de planejamento. “Desperdícios relacionados às condições climáticas e ao sistema de irrigação envolvem a evaporação direta do jato e o arraste pelo vento durante aplicação e a uniformidade de distribuição da água no campo. Para estes casos a solução é a utilização de sistemas modernos e bem dimensionados e o uso de emissores de alta performance”, aconselha o pesquisador Everardo Mantovani, professor sênior da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Já os prejuízos que envolvem a falta de planejamento estão relacionadas à ausência de um sistema de manejo que defina tecnicamente o momento certo de irrigar e a quantidade de água a ser aplicada. A eficiência nas operações que envolvem a prevenção e o controle de pragas, doenças e invasoras exige qualidade na tecnologia de aplicação, resume o engenheiro agrônomo Roberto Araújo, líder da área de Educação e Boas Práticas Agrícolas na CropLife Brasil e presidente do comitê executivo da Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.).
Segundo ele, no momento que antecede a pulverização, o fator mais importante a ser considerado é o conhecimento e a habilidade do aplicador para executar o trabalho. O especialista considera essencial o investimento na educação profissionalizante.
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