No tradicional balanço de final de ano e projeção para o próximo período promovido pela Federação das Indústrias do Estado Rio Grande do Sul (Fiergs) se avaliou que o segmento de máquinas agrícolas gaúcho deverá viver uma fase com melhores números.
Afinal, o setor de máquinas e implementos registrou uma queda de mais de 23% em 2024.
E o segmento de máquinas implementos agrícolas responde por 60% do setor total.
Em entrevista ao programa A Granja na TV, da Ulbra TV, de quarta-feira, 4, o economista-chefe da federação, Giovani Baggio, avaliou como “ano difícil” este que está acabando em relação ao segmento de máquinas e implementos agrícolas.
“Uma série de fatores influenciaram isso. A gente tem os preços das principais commodities produzidos aqui dentro em queda. Desde 2022 vemos esses preços caindo”, mencionou.

“A gente tem o centro do país que demanda muito as nossas máquinas com dificuldade em termos de produção. Teve secas, queimadas, uma série de eventos que prejudicaram. Tem juros ainda muito elevados, e muitas empresas precisam de crédito. Muitos produtores precisam de crédito para fazer esse esses investimentos”.
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“Um outro fator também é que não se troca todo o ano de máquina agrícola. Então, como as condições eram favoráveis nos anos anteriores muitos dos produtores que fizeram essas compras e agora estão, realmente, bem abastecidos em termos de equipamento”, lembrou.
Safra recorde
“E a perspectiva para o ano que vem se sustenta principalmente pela recuperação que devemos observar na produção agrícola do Brasil. A gente deve ter uma safra recorde em termos nacionais”, projetou.
“A produção do Rio Grande do Sul também vai ser bastante positiva. Fazia alguns anos que não conseguíamos ter dois anos consecutivos de safra cheia, sem estiagem. E se as previsões se confirmarem, vamos ter um ano positivo para a produção agrícola e, consequentemente, para a produção de máquinas”, comemorou.
Fator Argentina
“Outro fator que pode ajudar também a esse segmento superimportante da nossa economia é a recuperação da economia argentina. Eles têm um ciclo produtivo do agro muito semelhante o que a gente tem no Rio Grande do Sul”, acrescentou.
“Estamos otimistas e eles também com a produção agro para 2025. Então, muito do crescimento que a gente deve observar a economia argentina vem por conta de um agro, numa produção de soja, de trigo, de milho bastante positiva no próximo ano”, ressaltou.
“Mandamos máquinas para lá. Muitas das máquinas que mandamos para o centro do Brasil mandamos também para a Argentina. Então, isso deve ser bastante positivo”.
A entrevista completa parra a jornalista Thais D’Avila, assim como o programa na íntegra e mais informações sobre o agro gaúcho e brasileiro na edição de A Granja na TV de quarta-feira, 4 de dezembro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)