A quebra de safra em diversos estados provocou um acionamento histórico do seguro rural. O índice de sinistralidade – diferença entre o valor arrecadado e o pago em indenizações – atingiu 366% nos quatro primeiros meses do ano e segue elevado, segundo dados da Susep. Em outras palavras, o recurso está escasso em 2022.
“As duas grandes perdas sofridas, especialmente com o milho safrinha e agora com a safra verão, têm feito o mercado de seguro agrícola viver um contexto de oferta limitada. Somente nos três primeiros meses deste ano, mais de R$ 7 bilhões em indenizações foram pagos aos produtores”, afirma Felipe Caballero, especialista da Agro4U Assessoria e Intermediação.
Conforme o corretor, não basta mais o produtor rural olhar apenas para o histórico da produção, é preciso antever o futuro, dado o contexto das sucessivas mudanças climáticas. “Porém é preciso ter em mente que o seguro objetiva repor as perdas ao produtor e não assegurar o lucro da atividade”, explica Caballero.
A modalidade mais procurada atualmente é o seguro de custeio. Neste produto, o valor de cobertura é vinculado ao empréstimo realizado junto às instituições financeiras para custear as despesas da produção. É importante se atentar à sua disponibilidade, caso haja interesse em um financiamento, pois o seguro é a garantia aos agentes concessores de crédito neste processo.
70% do PSR do seguro rural já foi contratado
Outro ponto é a subvenção ao seguro rural, que quanto mais atrasada a contratação, mais difícil será conseguir acesso ao recurso. Essa semana, o Departamento de Risco Rural do Ministério da Agricultura anunciou que já foram comprometidos mais de 70% dos R$ 900 milhões do PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural).
É importante que o produtor acompanhe os movimentos e disponibilidade de seguros em sua região, uma vez que muitas podem não ter comercialização de apólices em número suficiente à safra futura. A agtech Aegro disponibiliza um link para fazer cotações gratuitamente.
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Cuidados ao contratar seguro rural
Além do cenário de restrição na oferta, o produtor deve ser ainda mais cauteloso na contratação do seguro para evitar problemas no acionamento. Isso porque as seguradoras também devem estar mais exigentes no cumprimento das condições contratuais.
Muito cuidado também em relação à contratação de seguros rurais com alienação fiduciária, opção muito comum no mercado, na qual o produtor rural pode perder áreas ou até mesmo a totalidade da fazenda, em caso de calote resultante de novas quebras de safra consecutivas.