Os preços da soja acumularam perdas no mês de julho no mercado brasileiro. A recuperação registrada na última semana serviu apenas para reduzir a desvalorização, em um período de poucos negócios, com os contratos futuros em Chicago e o dólar recuando e retirando o interesse dos negociadores.
A saca recuou de R$ 188 para R$ 186 no mês, em Passo Fundo/RS; em Cascavel/PR de R$ 190,50 para R$ 187,50; em Rondonópolis/MT passou de R$ 177 para R$ 172. No Porto de Paranaguá/MT, passou de R$ 197 para R$ 194.
Os prêmios apresentaram poucas alterações, refletindo a menor demanda por parte da China e a lentidão nas negociações no mercado doméstico.
Chicago com ganho da semana
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago os contratos com entrega em novembro encerraram a quinta cotados a US$ 14,40 por bushel, acumulando uma desvalorização de 1,2% no mês.
Na semana, no entanto, os ganhos foram de 9,5%, em meio às preocupações com o clima seco nos Estados Unidos.
O dólar comercial recuou 6,1% na semana e 1,3% no mês, fechando na quinta a R$ 5,164. O clima de menor aversão ao risco e a desaceleração da economia americana pesaram sobre a moeda americana.

Safra recorde
Os produtores brasileiros deverão cultivar 42,88 milhões de hectares em 2022/23, a maior área da história, crescendo 2,6% sobre o total semeado no ano passado, de 41,8 milhões.
A projeção faz parte do levantamento de intenção de plantio de Safras & Mercado.
Com uma possível elevação de produtividade, de 3.027 quilos para 3.550 quilos por hectare, a produção nacional deve ficar acima da obtida nesta temporada.
A previsão inicial é de uma safra de 151,5 milhões de toneladas, 20,3% maior que as 125,88 milhões de toneladas colhidas este ano.
Rentabilidade e área mais altas
Mais uma vez, a alta rentabilidade da soja, amparada por preços elevados, deve incentivar os produtores brasileiros a aumentar a área semeada com a oleaginosa, mesmo com o aumento generalizado dos custos de produção.
Em comparação a outras culturas, a soja vem entregando uma ótima rentabilidade nos últimos anos, o que volta a trazer um ambiente favorável a expansão de área para a nova temporada.
Luiz Fernando Roque, consultor de Safras & Mercado
Fonte: Safras & Mercado