Dois pontos regem incertezas sobre confinar bovinos em 2022, um é o exorbitante aumento dos custos dos insumos, principalmente relacionados à nutrição dos animais, e o outro é a cotação da arroba do boi gordo.
As incertezas sobre o fornecimento de fertilizantes para a próxima safra brasileira de grãos e a elevação nos custos de produção estão levando muitos criadores a avaliar criteriosamente a viabilidade de confinar gado no segundo semestre.
O período, tradicionalmente o mais intenso para a terminação intensiva no Brasil, também concentra a semeadura das lavouras de soja e milho, e a consequente diminuição das áreas de pastagens disponíveis. O período também concentra a estação de monta e, no Brasil tropical, a transição do período seco para o chuvoso, o qual muito serve à reforma ou à recuperação das lavouras de capim.
Entretanto, a maior preocupação dos especialistas é a cotação do boi gordo, que esteve em queda durante o mês de maio, bem como sobre a continuidade desse movimento de baixa. Outro ponto de apreensão está nos preços dos componentes da dieta do confinamento, que, frente à desvalorização da arroba, pressiona ainda mais a margem dos negócios em terminação intensiva.
Assim, verifica-se grande interesse pelas ferramentas de gestão de risco, principalmente quanto à trava de preços de venda e de compra de insumos. “Será preciso fazer as contas com cuidado e usar rotineiramente ferramentas de seguro para amenizar a volatilidade vivida pelo mercado”, analisa o consultor Alcides de Moura Torres, diretor da Scot Consultoria.
Confinar bovinos em 2022, eis a questão
De acordo com analista, a economia em escala desponta como principal ferramenta para que os confinadores consigam manter-se firmes na atividade. Contudo, especialmente em relação aos de grande porte, como prestadores de serviço.
A percepção também foi manifestada pelos participantes da última edição do Encontro de Confinamento e Recriadores, realizado pela Scot Consultoria, em maio, em Ribeirão Preto (SP). Ou seja, será necessário mais capital para confinar bovinos, caso o atual quadro econômico não mude.
Outro ponto que elevou os custos de produção foi o óleo diesel, cujo preço, até maio, considerando a média nacional, aumentou 23,9%, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.
Veja a análise completa na matéria de capa da edição de Junho da Revista AG.